quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Socremo: falta motivação
Tenho acompanhado a luta do professor Antônio Viana e do sargento Valterlúcio, no sentido de reestruturar a Socremo. Tarefa árdua que merece todo o apoio para que possamos sonhar com o retorno do gavião do Cariri ao futebol profissional paraibano. São verdadeiros abnegados.
Desde quando foi iniciado o trabalho chamei a atenção para as dificuldades. Alguns que avaliam as coisas mais pela paixão que pela razão, entenderam que, com aquelas opiniões, eu estaria desestimulando, estaria contra, etc e etc.
Chamei atenção com a experiência de quem participou da diretoria por um bom tempo, enchendo a minha casa de jogadores, viajando com a delegação do clube pela Paraíba inteira, muitas vezes subindo a serra de Teixeira de madrugada no Batô Muche da Prefeitura, voltando de jogos à noite em Sousa ou Cajazeiras. E olhem que, na época, a Câmara de Vereadores (eu era presidente) liberava por mês uma ajuda equivalente a 10 salários mínimos e a Prefeitura liberava mais 20 salários mínimos, além do ônibus abastecido para as viagens. Com 30 salários mínimos garantidos por mês e um considerável quadro de sócios e colaboradores, ainda enfrentávamos grandes dificuldades pois, para disputarmos em pé de igualdade com Treze, Campinense, Botafogo de João Pessoa, Nacional de Patos, Sousa, Atlético de Cajazeiras, precisávamos manter um bom time. E time bom custa caro. O grande exemplo é dado por grandes clubes do Brasil, que vivem atolados em dívidas.. Na Paraíba... nem se fala.
Agora, a Socremo está voltando. Louvável o esforço da diretoria. Mesmo com as dificuldades, acredito que um retorno da Socremo é viável, mas não basta o esforço e a vontade.
Futebol é motivação. Por mais que goste do clube, o torcedor só sai de casa pra ver bons jogos, bons jogadores. Até porque em casa ou nos bares a televisão mostra todos os domingos grandes jogos do Brasileirão.
Nesta volta, até agora a Socremo não empolgou. Jogou em Afogados da Ingazeira e perdeu. No jogo de volta, em Monteiro, não passou de um empate com o Afogadense, num jogo pra pouquíssimos torcedores.
Se a Socremo quer voltar ao futebol profissional, precisa trabalhar com profissionalismo. Montando um bom time, fazendo bons jogos, obtendo resultados positivos. Para isto, alguém tem que investir, plantar para depois colher os resultados. E não se pode esperar somente pelo poder público. O poder público, em todas as esferas, deve ajudar e apoiar, mas não pode manter, até porque existem as limitações legais.
Parabenizo a coragem dos dirigentes socremenses e torço pela volta triunfal do tricolor. Mas, mesmo sabendo que estarei desagradando os que não aceitam palavras sinceras e preferem a enganação, me atrevo a dizer que dificilmente a Socremo voltará a superlotar o Feitosão enquanto não criar um clima de confiança na torcida e na comunidade. Porque uma torcida que se acostumou a ver jogando um time que teve Célio, Silvano, Balu, João Carlos e Rostand; Zé Orlando, Janilson, Walter Sanharó e Juninho Petrolina; Gilson Jacaré e Xã, dificilmente vai aceitar de bom grado quem apenas empata em casa com os Afogadense da vida.
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