sábado, 20 de novembro de 2010

Ninguém é imbatível


Na sua crônica desta semana, o conceituado advogado e colunista Sérgio Bezerra considera que, numa campanha municipal em 2012 o ex-prefeito Carlos Batinga já estaria eleito por antecipação como prefeito de Monteiro. A certeza do nobre causídico é tanta que, segundo ele, nem mesmo o maior velocista do mundo “correndo com as urnas”, evitaria esse resultado. Com profundo respeito ao deputado e ao colunista, gostaria de lembrar alguns dados que poderiam chamar para uma reflexão mais sóbria em relação à questão, mesmo porque a política não está no rol das ciências exatas.

Primeiramente, desejo lembrar que, tanto em 2006 como em 2010, Batinga obteve em Monteiro 39% dos votos válidos para deputado estadual. Portanto, 61% foram contra ele. Isto sem falar que perdeu a eleição em 2008, não conseguindo reeleger a sua sucessora. Significa que, nas 3 últimas eleições, a maioria do eleitorado ficou contra ele.

Em 2006, Carlos Batinga obteve em Monteiro 6.381 votos, o equivalente a 38,7% dos votos válidos. Quintans obteve 1.794, João Henrique 4.958 e Trocolli Júnior 105. A soma de João Henrique, Quintans e Trocolli deu 6.857 votos, portanto em torno de 500 votos a mais que o ex-prefeito de Monteiro.

Agora, vamos aos números de 2010. Batinga obteve 6.576 votos, equivalente a 39,2% dos votos válidos. Quintans recebeu 1.892, João Henrique 5.342 e Trocolli 161. A soma de João Henrique, Quintans e Trocolli deu 7.395 votos, portanto mais de 800 votos a mais que o ex-prefeito de Monteiro.

Detalhe nº 1: Em 2010, Batinga recebeu a adesão do vice-prefeito Eugênio Henrique, vereador Inácio Gabriel, vereador Heleno de Amadeu, ex-vereador Edvaldo Bezerra que votaram em 2006 em João Henrique. E do vereador Raul Formiga e  ex-vice prefeito Walmir Azevedo, que em 2006 votaram em Quintans. O curioso nesses números é que de uma campanha para a outra, Batinga teve o reforço de 1 vice-prefeito, 1 ex vice-prefeito, 3 vereadores e 1 ex-vereador, mas só cresceu 195 votos. Imaginem se não tivessem chegado esses reforços.

Para comparar ainda mais os resultados de 2006 e 2010, quero lembrar que, enquanto num espaço de 4 anos o deputado Batinga aumentou apenas 195 votos mesmo com a adesão de Dr. Eugênio, Inácio Gabriel, Heleno de Amadeu, Edvaldo Bezerra, Raul Formiga e Walmir Azevedo, o deputado João Henrique apesar de perder o apoio de Dr. Eugênio, Inácio Gabriel, Heleno de Amadeu e Edvaldo Bezerra, recebeu em torno de 400 votos a mais e o deputado Quintans somou 100 votos a mais, mesmo sem Raul Formiga e Walmir Azevedo.

Detalhe nº 2: O vereador Juraci Conrado hoje faz oposição à prefeita Edna, mas também não é seguidor de Batinga. Diz claramente ser independente. Nesse caso, em 2012 Conrado pode estar em faixa própria, ou ao lado de Batinga ou se recompor com João Henrique. Difícil, sim. Impossível, não. Quem acompanha os fatos políticos sabe muito bem que, muitas vezes, os opostos se atraem mais facilmente.

Detalhe nº 3: Em 2012, o governador será Ricardo Coutinho. E, se de repente, Ricardo Coutinho conseguir reunir o seu bloco num barco só? Agora no 2º turno, enfrentando todo o poderio da máquina governista dirigida em Monteiro pelo deputado Batinga, Ricardo perdeu  por apenas 262 votos.

O grupo de Batinga propaga aos 4 cantos um possível desgaste da prefeita Edna e do deputado João Henrique. Os números apurados em Monteiro, recentemente, mostram o contrário. Se depois de 4 anos, mesmo conquistando a adesão de várias lideranças e com o comando da máquina estadual, Batinga ampliou na sua votação menos de 200 votos  e o deputado João Henrique, com várias lideranças sem apoiá-lo mais, cresceu 400 votos , certamente a lógica e a razão apontam que  não é em quem cresceu mais que estaria o desgaste.
 
Para concluir, um pequeno lembrete. Não se pode prever o resultado de uma eleição com 2 anos de antecedência. E não existe resultado prático no JÁ GANHOU. Os maranhistas sabem disso. Os seguidores de Zé, já no 1º turno, circulavam pelas ruas de Monteiro de peito empinado, já comemorando a reeleição. Quando os votos foram apurados, os girassóis prevaleceram. E ninguém precisou correr com as urnas.

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