Fui vereador em Monteiro durante 22 anos e, durante esse período, participei ativamente de 11 eleições para escolha da Mesa do legislativo municipal. Em duas oportunidades fui candidato a presidente e, nas duas, eleito por consenso. Pela vivência, sei muito bem o que acontece durante o processo de escolha, quando surpresas podem acontecer até no último minuto. Participei como colaborador nos trabalhos da Mesa atual, tenho um bom relacionamento com todos os vereadores, conheço todos os personagens. Por isso, estou muito à vontade para comentar sobre o que ocorreu e a expectativa para “o dia seguinte”.
Em primeiro lugar a Mesa eleita no sábado passado é a mesma, mudou apenas a posição das cadeiras. Quem era presidente passa a ser 2º secretário e quem era 1º secretário é o presidente. Quem é vice-presidente será 1º secretário e o 2º secretário passa a ser vice. Os nomes são os mesmos: Inácio Gabriel, Paulo Sérgio, Raul Formiga e Bião Nunes.
Esta mesma Mesa já havia sido eleita em 2 de janeiro de 2009, e já naquela oportunidade os vereadores Givalbério Ferreira, Lito de dona Socorro, Juraci Conrado e Toinho de Nequinho trabalharam o lançamento de uma chapa concorrente. A única diferença é que em 2 de janeiro de 2009 os 4 tentaram conquistar o voto de Bião Nunes, em quem inclusive votaram para presidente. Bião não quis votar em si próprio e Inácio Gabriel ficou na presidência. Agora, novamente Givalbério, Lito, Conrado e Toinho de Nequinho lançaram uma chapa, na tentativa de conquistarem um 5º voto. Como não conseguiram, momentos antes retiraram a chapa. O vereador Conrado, desta vez, preferiu não peitar outra vez e acabou votando em Paulo Sérgio, eleito presidente.
Numa eleição para a Mesa de um parlamento existem negociações políticas, seja no Senado, na Câmara Federal, Assembléias legislativas ou Câmaras municipais. Cada parlamentar é um candidato natural à presidência e esgota essa ambição até o último minuto. Quem disser que não existe, de todos os lados, negociação política numa eleição de Mesa num parlamento é hipócrita e falso moralista.
Passado o processo de escolha, devemos: 1º) Parabenizar o novo presidente Paulo Sérgio por ter sido escolhido. Aliás, uma escolha bastante merecida; 2º) Parabenizar o vereador Givalbério pela coragem de lançar uma chapa concorrente. E parabenizar mais ainda pela maturidade de, ao perceber a impossibilidade de eleição, retirar a concorrência e evitar a disputa;
A “nova” Mesa está eleita e tomará posse em 1º de janeiro. Que mantenha o lema de independência com harmonia. Consciente do que acontece nos bastidores, posso opinar que não existiram vencidos ou vencedores. Houve, tão somente, o interesse democrático de cada grupo em disputar o comando da Casa do Povo. O mesmo grupo que dirige a Casa José Ferreira Tomé vai continuar no comando. Que permaneça trabalhando pelo engrandecimento da terra monteirense.
Na política, depois de cada pleito, existem os bombeiros e os incendiários. A prudência orienta que os primeiros sejam mais ouvidos.
Simorion Matos
Nenhum comentário:
Postar um comentário